A maioria dos problemas de postura, principalmente na coluna, têm origem na infância e na adolescência, quando o corpo está a desenvolver-se. Podemos apontar como uma das principais causas: o peso da mochila escolar.

Material para várias disciplinas, livros, cadernos,  e ainda,  equipamentos desportivos são transportados às costas pelos mais novos e nem sempre da forma mais correta.

Diferentes estudos referidos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) indicam que mais de metade das crianças e jovens em idade escolar, dos 6 aos 18 anos, transportam mochilas com peso excessivo. Esta é uma situação observada em muitos alunos.

Vamos conhcer os danos que daí podem resultar e perceber o que se  pode fazer para garantir que os seus filhos cresçam sem dores nas costas.

Principais consequências do peso nas mochilas

O excesso de peso das mochilas escolares é preocupante, porque as crianças e os jovens ainda estão a desenvolver-se fisicamente, havendo maior vulnerabilidade a lesões, tais como a escoliose.

O stress físico diário, resultante da utilização de mochilas com excesso de peso, pode causar uma inclinação significativa da cabeça e do tronco, o que pode levar a dor e incapacidade nas crianças. Se tal persistir ao longo de muitos anos, pode causar condições crónicas nas costas, que podem prolongar-se até à idade adulta, com consequências ainda mais graves.

Assim, as consequências do peso excessivo na mochila são:

• A curto prazo: dores de costas e de pescoço;
• A médio prazo: alterações na forma de andar e na postura;
• A longo prazo: lesões degenerativas da coluna que alteram o crescimento do corpo.

Mas, o problema não está só no que se carrega na mochila...

O que também afeta a postura dos mais novos:

• Formato da mochila;
• Usar a mochila apenas num ombro;
• Más posturas;
• Mobiliário escolar pouco adequado;
• Atividade desportiva inadequada (tipo de prática ou excesso de exercício).

Qual é o peso máximo recomendado para as mochilas escolares?

Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde, as crianças e jovens em idade escolar não devem transportar mochilas que pesem mais do que 10% do seu peso corporal. Isto é, se pesar 35 quilos, não deve carregar mais do que 3,5 quilos na mochila. Esta proporção não pode, contudo, ser aplicada a todos os casos. Em situações de obesidade, o peso da mochila tem de ser inferior a 10%. Além disso, há que ter em conta o tempo que a criança carrega a mochila e o modo como o faz. Se a criança vai a pé para a escola, o peso deve ser ainda menor.

Como reduzir o peso da mochila escolar

Vamos deixar algumas  dicas para ajudar a evitar que as crianças e os jovens sofram de dores na coluna e pescoço ou lesões mais sérias e permanentes:

1.  A mochila não deve pesar mais do que 10% do que o peso corporal do aluno. Esta proporção deve ser inferior nas crianças e jovens com excesso de peso;

2. Se possível, optar por mochilas de rodinhas, mas não devem ser colocadas nas costas, porque a estrutura do trólei também pesa;

3. Levar apenas o material necessário para aquele dia;

4. Usar dossiês em vez de cadernos. Assim, as folhas vão sendo arquivadas em casa e o peso é reduzido;

5. Recorrer, sempre que possível, aos cacifos das escolas para guardar material.

6. Distribuir bem o material escolar na mochila, colocando o mais pesado junto às costas;

7. Usar a mochila na parte média das costas;

8. Carregar a mochila às costas o mínimo de tempo possível;

9. Utilizar as duas alças da mochila, uma em cada ombro.

10. Na escolha da mochila, experimentar na criança e ter atenção ao peso da mesma vazia.

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